Vira e mexe, a gente se depara com alguma coisa que faz as sobrancelhas arregalarem.
Nas minhas próprias noções do que é absurdo, eu dificilmente noto o elemento "e se". É muito mais fácil percebê-lo observando o que é externo.
O elemento "e se" é muito simples. Consiste em questionar o absurdo, absolutamente relativo.
Nas minhas próprias noções do que é absurdo, eu dificilmente noto o elemento "e se". É muito mais fácil percebê-lo observando o que é externo.
O elemento "e se" é muito simples. Consiste em questionar o absurdo, absolutamente relativo.
"E se" não for tão absurdo assim? "E se" o que eu estou vendo/ouvindo merecer mais atenção? "E se" os meus horizontes estiverem inadvertidamente estreitos, carecendo de reformulação? "E se" eu estou na beira do abismo da falta de noção e estão os "absurdos" todos tentando me acordar??? (e já, à beira da desistência...)
É claro que ninguém é particularmente fã de se questionar. Questionar o vizinho é muito mais agradável e bem mais cômodo. Por alguma razão absurda (será?) a gente se sente menos gente quando balançado em nossos valores, há muito cultivados. Pautamos o que somos nas idéias que aprendemos, que descobrimos, que adotamos, e sentimos que sem elas, muito pouco resta. Como definir quem sou sem me apoiar nas crenças que tenho? E definir é preciso, sempre.
Maquinazinha complexa, esta nossa.
Nos questionar, muitas vezes é como "perder terreno", ou mesmo perder "poder", força, direção. E manter a direção é sempre uma tentativa frustrada, e é esta a melhor opção, considerando a alternativa de nem ao menos perceber o quão infértil é este terreno de alimentar sempre os mesmos nortes.
Perder o chão momentâneamente versus vislumbrar um lampejo de inédito, de maior, de incômodo eternamente. Eis a questão.
Einstein um dia disse que "a mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original". Imagine a ginástica deste "músculo", não tão involuntário quanto o coração, para se alongar e receber a idéia que chegou. Creio que seja seguro dar por certo que ainda se contrairá muito, antes de, finalmente, ceder. Se ceder.
Natural ser simpático a este apego e entender que o desconhecido causa um medo danado. Foram anos na lapidação dos valores de uma pessoa que se lutou tanto para construir, e sem eles, o que sobra? Hum...todo o mais, talvez? Todas as outras idéias ainda não pensadas, ainda não descobertas, ainda não aceitas, ainda não percebidas? E com elas, um crescimento incomensurável. O derradeiro alongamento, sem final, sem pecado e sem prejuízo. Sim, alongar dói. Neste tipo de alongamento ainda cabem, para dificultar muito mais, todos os motivos pelos quais algo se torna absurdo aos nossos olhos. O medo, a sensação de enfraquecimento, os dogmas, as crenças, a quase imexível fidelidade à pessoa que reconhecemos como eu. Quem é que nunca disse "eu sou assim" ? E aí, a gente tranca a porta de saída de emergência sem perceber.
Estes "absurdos" todos que nos sacodem até os ossos... Ou, não. Talvez apenas nos dêem argumento para fortalecer um pouco mais o que já "sabíamos". É uma escolha quase inconsciente que está sempre sendo feita.
E, se não me falha, foi Einstein também que um dia disse que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. "Triste época " ? Prefiro apostar em "tempo de despertar".
É claro que ninguém é particularmente fã de se questionar. Questionar o vizinho é muito mais agradável e bem mais cômodo. Por alguma razão absurda (será?) a gente se sente menos gente quando balançado em nossos valores, há muito cultivados. Pautamos o que somos nas idéias que aprendemos, que descobrimos, que adotamos, e sentimos que sem elas, muito pouco resta. Como definir quem sou sem me apoiar nas crenças que tenho? E definir é preciso, sempre.
Maquinazinha complexa, esta nossa.
Nos questionar, muitas vezes é como "perder terreno", ou mesmo perder "poder", força, direção. E manter a direção é sempre uma tentativa frustrada, e é esta a melhor opção, considerando a alternativa de nem ao menos perceber o quão infértil é este terreno de alimentar sempre os mesmos nortes.
Perder o chão momentâneamente versus vislumbrar um lampejo de inédito, de maior, de incômodo eternamente. Eis a questão.
Einstein um dia disse que "a mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original". Imagine a ginástica deste "músculo", não tão involuntário quanto o coração, para se alongar e receber a idéia que chegou. Creio que seja seguro dar por certo que ainda se contrairá muito, antes de, finalmente, ceder. Se ceder.
Natural ser simpático a este apego e entender que o desconhecido causa um medo danado. Foram anos na lapidação dos valores de uma pessoa que se lutou tanto para construir, e sem eles, o que sobra? Hum...todo o mais, talvez? Todas as outras idéias ainda não pensadas, ainda não descobertas, ainda não aceitas, ainda não percebidas? E com elas, um crescimento incomensurável. O derradeiro alongamento, sem final, sem pecado e sem prejuízo. Sim, alongar dói. Neste tipo de alongamento ainda cabem, para dificultar muito mais, todos os motivos pelos quais algo se torna absurdo aos nossos olhos. O medo, a sensação de enfraquecimento, os dogmas, as crenças, a quase imexível fidelidade à pessoa que reconhecemos como eu. Quem é que nunca disse "eu sou assim" ? E aí, a gente tranca a porta de saída de emergência sem perceber.
Estes "absurdos" todos que nos sacodem até os ossos... Ou, não. Talvez apenas nos dêem argumento para fortalecer um pouco mais o que já "sabíamos". É uma escolha quase inconsciente que está sempre sendo feita.
E, se não me falha, foi Einstein também que um dia disse que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. "Triste época " ? Prefiro apostar em "tempo de despertar".
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