domingo, março 16, 2008

Post em Dois Atos


De quando em quando, se renovam ou se "bagunçam" as nossas visões sobre tudo o que está ao nosso redor, sobre a vida, sobre nós mesmos.
Coisas positivas se potencializam, coisas negativas se potencializam; revezam-se.
Não é terefa fácil ser leal às nossas próprias marés, que em geral são incompatíveis com o que espera o mundo em volta.
É sempre desconcertante perceber que não cabemos em nossa própria pele. Mesmo já tendo estado ali antes, mesmo sabendo que vamos estar ali novamente. Quando acontece, é um turbilhão silencioso. Pessoas próximas tornam-se estranhos, lugares distantes tornam-se portos seguros, espelhos tornam-se variados tipos de pimenta.
"O centro, é onde nada é certo", já se proclamou. Assim então, talvez o turbilhão seja o melhor lugar.
E quem poderá dizer que não veio mesmo para tropeçar em si mesmo? Para fazer o caminho com passos incertos e decisões temporãs?
A plenitude, que dura alguns segundos, tem seu tempo. Porém, é a exceção à regra que não nos foi explicada como seguir.
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Para falar de poesia, este nascimento que produzimos a cada contração da alma, que comemorou seu dia nacional em 14 de março, emprestei (sem aviso, é verdade) um trecho do post de autoria da Adelaide Amorim, cuja escrita eu admiro profundamente.

" (...) Parece que enquanto existir gente na Terra, existirão poetas. Poetas que falam não só de amor e flor, mas da humana condição, da falta permanente de alguma coisa que amenize a inquietação e a angústia, das coisas que os afetam, da própria circunstância do poema. Específico da poesia é o sentimento súbito do que toca a pele, da percepção aguçada que se amplia, instigadora, e num certo momento irrompe e mobiliza alguém a expressá-la. Mas para isso é preciso que haja um silêncio interior, uma certa contemplação desse processo, condição para ouvir o “barulho” da poesia."


Em www.meublog.net/adelaideamorim no post "Março celebra a poesia l"


Obrigada, Adelaide, pela inspiração.


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2 comentários:

Lu Dias disse...

Minha Linda,
Abraço emocionado! :)


Às vezes tudo o que a gente quer é uma mão para segurar!

Anônimo disse...

Em dois atos? Em muitos... Reflexos dos teus atos... De tuas ações... As que foram, as que são. E as que virão. Os olhos verão outonos e primaveras. Sem tempo, revezando-se em ti. Recolhendo-te para um ponto, portal para um universo infinito, dentro, de onde tens medo de adiante ir. Mas que irás, cada vez mais longe. E em ondas, quem sabe súbitos?, retornarás, cada vez mais brilhante, em cores... Vívidas. Vívida retornarás. A vida vivida e a que viverás. E viajarás chãos de caminhos jamais pisados. Céus de asas jamais voadas. Que voarás. Importante. Imponente. Como voas e encantas. Como contas e cantas tuas buscas, tuas miragens, teus horizontes, tuas paisagens... Em todas as tuas cores, vivências e amores. Rompem-se os quadros, criam-te livre, viagens.

Beijo, poeta linda.