segunda-feira, junho 16, 2008

À Ponta da Espada



Viajando pela internet, somos frequentemente brindados com boas surpresas e presentes felizes.

Encontrei um post bastante importante no blog da atriz Cláudia Jimenez (http://bloglog.globo.com/claudiajimenez/ ), publicado em 1 de maio último.

Felizmente, parei para ler e conhecer este olhar dela sobre um tema totalmente legítimo na natureza humana. A partir de uma cena presenciada pela autora, nasceu esta reflexão. A cena em si, é menos importante do que a reflexão, muito abrangente nos seus propósitos e aplicável em inúmeras situações pertinentes ao relacionamento, ou não-relacionamento, entre as pessoas, em diferentes situações. A crueldade frequentemente é travestida em muitas outras faces para se permitir acontecer: palavras, silêncios, acessos, omissões. Sobretudo, a crueldade acontece quando há a intenção de ferir, de colocar o outro "no seu devido lugar", de qualquer maneira que seja.
Simples e sucinto, o texto diz muito.


Ninguém pode abrir mão da delicadeza, seja em que cenário for ! É por conta de pequenas crueldades ignoradas que deixamos passar, que chegamos a um pai que atira sua criança pela janela. Temos que ter pulso com as pessoas que nos rodeiam! Amigos, parentes, colegas de trabalho, amores. Seja quem for!! Não podemos permitir que ninguém passe do limite da gentileza. Às vezes somos permissivos demais, temos preguiça ou falta de coragem de dar duro em pessoas que amamos. Amor é isso também, dar limites, pra que o outro não apodreça dentro da gente. Precisamos falar de tudo que incomoda, mas com delicadeza.Quem tem mais lucidez, tem obrigação de frear qualquer tipo de sadismo do outro. Mesmo um adulto,um patrão que seja! Às vezes precisa de um puxão de orelha! E se o cara veio vacilar, junto a você, não foi por acaso. Ajuda essa alma voltar pra claridade. Só almas perturbadas precisam da força bruta pra falar na vida. Hoje eu presenciei uma mãe, no restaurante, dando um tapa na cara da filha de quinze anos. Fiquei muito chocada. Que comunicação é essa meu Deus!!!!!!! A menina foi para o banheiro chorar e eu fui falar com ela. Ela estava chorando muito, eu abracei a menina que estava muito envergonhada, e falei pra ela, que perdoasse sua mãe, mas que não permitisse mais esse tipo de comportamento. Que existem delegacias pra isso. O rosto da menina estava vermelho e inchado. Eu chorei junto com ela. Coloquei gelo no rostinho dela. E quando voltei pra minha mesa, ela disse : Queria ter uma mãe como você ! Então, respondi: Seja você, essa mãe como eu, com seus filhos.


Cláudia Jimenez

3 comentários:

#robson barboza# disse...

o texto não precisa de comentários, ele se basta.beijo")

Lu Dias disse...

Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar dentro da gente, fazer a diferença. O que a Claudia expôs nos serve de exemplo. Tenho certeza que esse tapa doeu em todos nós, mas precisamos guardar esse abraço, esse consolo, essa esperança de que podemos ser cada vez melhores uns aos outros e com a gente mesmo.
Dando seqüência às reflexões que faço nesse espaço, a experiência da autora foi um grande feito!
Bjinhos e vibrações de muita alegria pra sua semana!

Anônimo disse...

Muito bacana esse texto. Eu venho pensando sobre isso já faz um tempo e a Cláudia está coberta de razão. Uma vez, numa dessas situações, conversando comigo mesma eu me perguntei até quando iam me tratar assim. Minha consciência me respondeu: até quando você permitir. Beijo.