terça-feira, julho 15, 2008

Literal



Eu quero ler a minha vida nas páginas centrais de um semanário sideral
Provar da fruta dividida entre a esperança da semente e o salto fatal.

Gemendo alto não se ouvem os gritos silenciosos de quem já morreu
Ao pé da letra da canção me ouço desprendendo do que já foi meu.

Caras, casos e caretas crendo no absurdo e retomando o caos
Dores nunca divididas, por quem sangra vertem, temperando o Mal.

Anjo Lúcido soando em trombeta virgem, abre vendavais
Bem com Bem me paga pouco, salga a língua seca que clama por mais.

Vivo a vida que rareia, clara lua cheia estrelando a visão
Sonho o sonho que prateia este amargo intento por distração.

Puro é o mel, sem inocência me banho na bruma do que chegará
Li-me a vida, e espero doce conquistado em calda para salivar.


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2 comentários:

Anônimo disse...

Literal... Transforma a palavra em letra, de música. Rústica. Teatral.

Cada lembrança no varal. A quarar. Taquaral. Tal e qual. O mar.

Viver, visceral, como quem anda, com quem anda... E vive a amar.

Ir ver, chegar... E partir. Juntos. Sem prometer nem ferir.

O futuro, antes branco, presente a se colorir.

E daí... Seja lá o que seja. O que for. Na alegria ou na dor.

Escrever como quem beija.

Da lágrima, espinho. Do sorriso, a flor.

Um jardim. De metáforas.

(VM, 15/07/2008)

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Beijo, mulher mais linda. Poeta mais amada...

Lu Dias disse...

Duelo que virou dueto
Elo que virou corrente
Poesia que encanta a gente!