segunda-feira, outubro 15, 2007

Podes Crer

É fato.
Daqui a um ano, 10 meses, você vai olhar para trás e enxergar, nítido como um sonho bom, pessoas que se tornaram fantasmas na sua vida. Fantasmas camaradas. Será que seriam, então, anjos?
Vai enxergar eras idas, cores, sons, sensações, realidades. Vai reviver uma vida que não é a sua vida de agora.
Serão rostos, vozes, histórias que se impregnaram na sua história sem pedir licença e saíram com a mesma falta de cerimônia.
Lembranças de elos, de companhias na batalha, de parceiros de canção. Finais trágicos, finais insossos, finais inevitáveis, finais preveníveis. Finais.
Eis que ficaram numa época onde tudo era outro. Ficaram na sua própria época, sem deixar de ecoar. Não são assim os fantasmas?
Penam, que pena. Que assombro que assombrem mesmo idos.
Mas é natural. Você também há de ser fantasma na vida de alguém. Ainda que já tenha ido muito, muito além. Que tenha sido quase sobre-humano. Um anjo, então?
Criatura de outra esfera, de pedra, de algodão. Doce penar de almas de outrora.
Pena também a sua, mas crê nos anjos que ainda virão.

"É tão forte quanto o vento quando sopra
tronco forte que não quebra, não entorta
Podes crer, podes crer
Eu tô falando de amizade"
(Podes Crer, Cidade Negra)

2 comentários:

Lu Dias disse...

Linda,

Quero registrar que seu texto me trouxe grande reflexão!!

Vim reler e encontrei uma música tão gostosa, calma como a água que nos acalma.

Beijos!!

Lu Dias disse...

O Novo profile também é lindo!
:)