Ela se chegou à beira do penhasco e sentiu o vento machucar seus cabelos.
Eram fortes. Ela e o vento. E os cabelos, cheios de si e de tinta rubra balançavam ao redor da vida que ela escolhera levar. Era hora de parar. Não a vida, que esta sobreviveria até à morte de todos os seus sonhos; mas a corrida. A corrida enlouquecida na qual ingressara sem saber, sem conhecer o quê a estaria esperando ao cruzar a linha de chegada. Se a conseguisse cruzar.
Parou.
Não correria mais, afinal. Ao menos por hoje, não.
De olhos fechados via, deixando-a para trás, todos os pares de pernas e perguntas que corriam desacompanhados à sua frente.
Voltou-se novamente ao penhasco. Frio. Sólido. Real. Mais próximo do que jamais antes. De pé, sentia o toque gelado das pedras lhe correr pelo corpo e esta, era a única corrida da qual ela poderia ser testemunha agora. Poderia falar sobre o tremor que a temperatura lhe causava no instinto. E sobre a vontade de pular.
Atreveria-se?
Mais este pensamento lhe atravessava enquanto, com os olhos, tocava o abismo.
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Um comentário:
Um luxo suas palavras.
Amei!!!
Beijos
=]
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