terça-feira, janeiro 02, 2007

Desejos




Tudo por um segundo e todo tempo do mundo.
As escolhas, todas nas quais moramos ou vamos embora.
A crença inabalável na pessoa que, a um custo, construímos a cada dia. Perdendo pedaços, ganhando risos de dar laço nas estrelas.
Parceiros de viagem, os reais, de alma presente. Os que abraçam o abraço, descansam o cansaço e têm botões de rosa perfumados no olhar.
A disponibilidade para ser. Sempre, em qualquer situação, de todas as formas, em todos os encontros, com tudo o que há em um.
A coragem de assumir tudo o que vai no peito. Seja lindo, seja horrendo, seja dúvida, seja fel, seja seu.
A destreza para percorrer distâncias, de corpos ou de corações, de idéias ou de ideais, de tato, de fato, de gosto, de valor.
A sensitividade - que sensibilidade é be-á-bá do estado mais bruto que há - para estender, além da mão, o afeto. Do jeito exato que seja cabível, franco, tanto e honesto.
O calor da essência, marinado em caldo de sei-quem-sou-e-não-preciso-de-atestado.
A graça que, solta, sorri em todos os trajetos e além. Sorri para quem fica, sorri para quem vai, sorri para quem perde o rumo a caminho do que seja que lhe decore o espírito.
Originalidade. Tamanha, estranha, escorrendo das entranhas de um que jamais faz do sujeito, objeto.
O saber do quanto vale uma vida. Do quanto alcançam olhos de ver o céu.
O veto para o ser pouco. O teto para a oferenda de mãos dadas apenas. Oferecidas.
O OBRIGADO estendendo o corpo para a festa e o copo para o brinde ao que há de mais em um.
Dividir sempre, muito, quanto queira. Metade do que é meu e seu em outro, um terceiro que se faz de muitos.
Ir, sem precisar saber por onde, para quem, porque. Se não houver volta, a ida cumpriu seu destino. Se o retorno estiver na rota, construiu-se um mundo na passagem.
Em cada espinho, uma pétala de aprender.
E todo querer.

Amém.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bia, querida amiga virtual, que essas palavras de materializem, tomem vida. Impossível um texto que possa exprimir essa avalanche de sentimentos que nos toma no inicio nde cada ano - esse sentimento que não é isento do medo, da dúvida, mas que luta entre os espinho até encontrar a flor. Realmente muito bonito o texto, onde me vi em muitas linhas, querendo tudo ao mesmo tempo, para agora ou para nunca. Mas sempre querendo. Abraços para ti, e tudo de bom nesse ano de 2007!

Anônimo disse...

Obrigada minha Linda!
Primeira vez que fico trêmula ao ler um texto seu, poxa vida... que saudade e que orgulho de tudo!!
Beijos e abraços (de dois tipos!!)

Anônimo disse...

"Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, você me dá sorte na vida

Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, você me dá sorte de cara"

Com uma saudade feliz!!
Bjio!!

Anônimo disse...

Lembrou-me "eu deixo aroma até nos meus espinhos" da Cecília Meirelles esse seu finalzinho. Diria só AMÉM!!!
beijos!