domingo, janeiro 28, 2007

Mea Veritas


Mais sua do que minha a verdade de me mudar.

Me encontro em algum ponto real do imaginário das almas que me cercam. De perto ou de longe, me cercam. Do certo ou do errante, me cercam. Convergimos em nossos centros, em nossos extremos, em plasma e célula, sedentos um da verdade do outro, que habita templos redentora, que queima infernos desertora, exorcista de demônios ininteligíveis e onipresentes.

Sou, na exata ressonância dos sons emitidos por outras gargantas. A vida, que me trouxe até aqui raramente é minha, somente.
Semente.

Me trouxeram tantas, me fizeram quantas foram as oferendas invisíveis, senão aos olhos do outro lado.
Um grama de mim e de você, pesos e medidas escondidas em cada palavra casual, trocada na desatenção de captar o impensável no dizer. Na solitude fundamental entre uma e outra vida, aspiram-se idéias veladas, inspiradas na ponte etérea erguida nos labirintos cruzados por ruas sem nome. Batizadas. Desde sempre cristianas sob algum pagão sentido de comunhão.
Gotas de todo o Todo. Dois terços de tudo o que há na esfera pouca que conhecemos. Unimos terras, pensando-nos pequenos. Braços preenchendo espaços em punhados de utopias colhidos nos percalços.
Passos a mais de um, gerando vôos e saltos.


- Eu era,
Não sei se melhor, pior, maior, menor
mas era
Te conheci
E hoje sou
involuntariamente, outro. -
(Me perdoe o autor deste verso cujo nome não cheguei a saber, cuja literalidade não sei reproduzir. Me lembro apenas vagamente, o suficiente para querê-lo a caber aqui.)

Um comentário:

Lu Dias disse...

Somente Semente! Volto pra reler com mais cuidado e atenção pois o texto merece! Bjão!