quarta-feira, maio 09, 2007

Carta a um Anjo torto, caído, rebelde - parte ll

Já nem parece que o tempo que se foi desde o começo é tão pouco.
Já é lembrança de longe pensar na sua voz, quando a conheci. E como me confortou e me abraçou sem saber. Voz que veio para ser carinho nos meus pensamentos, nos meus sentimentos, nas minhas esperanças.
Eu, sempre muito habituada a escrever para quem se foi (ou nunca esteve), fui pega de surpresa pela vontade de escrever para o amor em tempo real. E além de escrever, ter resposta.
Você, do outro lado, falou de volta comigo. Me recebeu, me reconheceu, me respeitou. Quis saber quem eu era e me ofereceu espaço ilimitado para manter a essência, sabendo que eu não poderia viver fora dos caminhos da minha própria alma.
Como eu, você também partiu do princípio que a perfeição só serve mesmo para as cerimônias de entregas de prêmios. Para quem deseja SER, a perfeição nada significa.
Descobrimos e reafirmamos juntos, minúsculas e imensas verdades universais e particulares, acreditando que as verdades só existem no quintal de cada um. Não sobrevivem a mais de meio metro do seu criador. E você, cheio de verdades inescapáveis e mutantes, trouxe um espelho também para mim, com o meu próprio estilo de inventar o certo e o errado.
A delicadeza das suas intenções e perspectivas me deu espaço para vôo além do que eu, por mim, já possuía.
A impetuosidade dos seus quereres e sonhares, me trouxe alimento para pular do alto de um abismo invertido, sem medo de quebrar.
Pulamos da pedra, cada um no seu salto único e puro. Chamamos um ao outro para dar as mãos no salto, mesmo sem perceber. E igualmente alheios, aceitamos um chamado mútuo que ninguém na superfície deste mundo conhece como pode terminar. Ninguém na superfície deste mundo sabe se pode terminar.
Tanto a agradecer em silêncio. O cuidado de quem cultiva um bem inestimável. A percepção de quem entende que todo bem verdadeiro é poeira de estrela e deve ser reinventado a cada respirar. Não se guarda no banco. Não se poupa para amanhã. Não se registra ao portador. Apenas se vive, se ama, e se deixa acontecer tal como é, ''porque como poderia ser, jamais saberemos''.
E é tão bom admirar o balé alado deste encontro enquanto ele é vivido. Tão bom sentir as suas asas sobre a vigília e o descanso de cada dia que pretendo conquistar.
Portal de amar a vida, o seu olhar.

6 comentários:

Lu Dias disse...

Apenas deixo aqui a trilha musical que me veio ao ler esta linda carta: Amor de Índio!
Bjos, flores, perfumes, estrelas e tudo o que for mais lindo para encantar este momento!!

Anônimo disse...

Lindo texto. Lindo blog. "...todo bem verdadeiro é poeira de estrela"... uau. Não precisa dizer mais nada.

Anônimo disse...

Belíssimo texto!


Escrever para um amor em tempo real é uma delícia! E você colocou magia e verdade na tua escrita.

abraços, flores, estrelas..

Anônimo disse...

Doce Bia,bom estar aqui e matando saudades de ti e desse cantinho adoravel.Belo,belo o texto posto(e todos os outros).Viver nos saltos(é assim que vivo);ir ,buscar,saber(nao saberia viver se nao fosse assim.De ceerta forma,voce disse muito do que sinto.Poetas o dizem sempre.Querida,agradeço sua vista lá no Tiempo Brujo,é sempre estimulante descobrir que a distancia e ausencia nao mata as profundas amizades virtual-espiritual,isso dá um conforto imenso.Nem calculas(é mimo,aconchengo de amigos)nao dispenso.me penitencio com a minha ausencia(corre-corre;lugares dificeis por vezs),mas tentarei estar mais presente para um alô e abraço.Afinal a amizade se sustenta na troca.Isto estimula o espirito e o coraçao.Sumi,mas presente.Sou meio camaleão,eu sei.As vezes isso assuta as pessoas,mas...é a maneira de caminhar livremente.Sei que me entendes e me concedes este modo de ser.Estarei mais aqui.Amada amiga,bom domingo com paz e saude.Beijos saudosos.

douglas D. disse...

oi! bonito texto.imagens que falam e trazem sorrisos.

Beatrice disse...

Senti de perto cada palavra. Lindo