quarta-feira, novembro 15, 2006

Extremos



Me encontrei com um documentário de direção e co-produção brasileiros, que há algum tempo me olhava da prateleira da locadora. À primeira vista, a sinopse diz que a história de "Extremo Sul" se faz assim:

"Atraídos pelo desafio e pelo desconhecido, um grupo de cinco alpinistas sul-americanos planeja uma expedição para escalar o Monte Sarmiento, uma montanha de difícil acesso situada na Terra do Fogo. Uma equipe de cinema viaja junto com eles para documentar a escalada. Porém, afetados pelo isolamento, pelo clima severo e pela visão dos assustadores paredões de gelo, o grupo se depara com novos e inesperados obstáculos que mudam radicalmente o rumo da expedição e do filme. Antes de encarar a montanha, alpinistas e cineastas precisarão enfrentar seus próprios medos e rancores. Os diretores Mônica Schmiedt (Antártida, O Último Continente) e Sylvestre Campe (Ascent of the Lhotse Shar) não desviam as câmeras e registram uma trama densa de superações e impotências. Cheio de belas imagens, Extremo Sul é um corajoso documentário em que o cinema de aventura e o drama psicológico se fundem numa história implacavelmente real, na qual os mistérios da natureza e da alma humana têm papel igualmente decisivo. "

À segunda vista, descobri um enredo que foi muito mais além dentro de mim, que mesmo não sendo nem pretendendo vir a ser alpinista, consegui perfeitamente relacionar tudo o que ocorre ali com o cotidiano mais básico de, acredito eu, qualquer vida. Ocorre que o desfecho da história não foi nada do que eu imagina ser e nem de longe, o filme que eu esperava assistir. Passados os primeiros instantes de um estranhamento que beirou o arrependimento pela escolha da locação, fui percebendo as novas nuances que este interessante documentário começou a desnudar, sem esconder minha admiração pela direção e equipe de produção por conseguir embarcar nos novos rumos que a expedição tomou, e com eles, concluir este projeto. Os olhos que quiserem ver, por certo encontrarão nesta uma hora e meia de exibição + making of, além do espetáculo de fotografia e da emoção que a preparação para viagem causam, muito o que pensar dentro dos seus conceitos de auto-imagem, razões de cada um, frustrações, expectativa e um dilema que para mim é eterno: o que fazer quando, para realizar algo da forma que se idealizava, você precisa de outro (s) e esse (s) pode (m) estar interessado (s) em seguir outros caminhos de outras formas que não comtemplam os seus planos??? "Ir sozinho", poderia ser a resposta pronta. Porém, existem momentos, vontades e viagens cuja alma está toda na parceria. E aí começa o aprender a estar consigo mesmo, muitas vezes no auge da raiva e de uma confusão interna que nos coloca totalmente à prova. Um empurrão para o precipício de querer desistir de absolutamente tudo, feito criança mimada que chora sentido e esperneia até o socorro chegar. Para a vida, é um documentário que vale a pena.

P.S. Falando em documentários, deixo para quem não viu e gosta de brincar de encontrar a alma nas histórias reais e belas, outras dicas: "Língua - Vidas em Português" de Victor Lopez e "Bob Dylan - No Direction Home" de Martin Scorsese. Fizeram muita diferença pra mim.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quero vê-lo também!!!
O que me fez pensar ao ler este texto é que tem coisas que embora pareçam que não deram certo, na verdade deram... a vida é assim... é preciso ser aprendiz!
Bjsss

#robson barboza# disse...

me parece ser bomesse filme, grato pela dica, tbm agradeço por ter visitado meu blog, qdo ouvi aquela música no conversa afinada me identifiquei muito com ela por isso postei o refrão. gsotaria q vc participasse desse amigo oculto q uma amiga de outro blog está fazendo aqui segue o link para q vc saiba como são as regras de participação. um beijão.
http://corpusetanima.blogspot.com/

Anônimo disse...

Opa! Adoro Scorsese. Ótimas dicas hein? Na realidade não gosto muito de documentários, vejo muito pouco, mas vou anotar estes aí ;) afinal, é a Bia que está falando! hehe. Beijaço.