Me encontrei com um documentário de direção e co-produção brasileiros, que há algum tempo me olhava da prateleira da locadora. À primeira vista, a sinopse diz que a história de "Extremo Sul" se faz assim:
"Atraídos pelo desafio e pelo desconhecido, um grupo de cinco alpinistas sul-americanos planeja uma expedição para escalar o Monte Sarmiento, uma montanha de difícil acesso situada na Terra do Fogo. Uma equipe de cinema viaja junto com eles para documentar a escalada. Porém, afetados pelo isolamento, pelo clima severo e pela visão dos assustadores paredões de gelo, o grupo se depara com novos e inesperados obstáculos que mudam radicalmente o rumo da expedição e do filme. Antes de encarar a montanha, alpinistas e cineastas precisarão enfrentar seus próprios medos e rancores. Os diretores Mônica Schmiedt (Antártida, O Último Continente) e Sylvestre Campe (Ascent of the Lhotse Shar) não desviam as câmeras e registram uma trama densa de superações e impotências. Cheio de belas imagens, Extremo Sul é um corajoso documentário em que o cinema de aventura e o drama psicológico se fundem numa história implacavelmente real, na qual os mistérios da natureza e da alma humana têm papel igualmente decisivo. "
À segunda vista, descobri um enredo que foi muito mais além dentro de mim, que mesmo não sendo nem pretendendo vir a ser alpinista, consegui perfeitamente relacionar tudo o que ocorre ali com o cotidiano mais básico de, acredito eu, qualquer vida. Ocorre que o desfecho da história não foi nada do que eu imagina ser e nem de longe, o filme que eu esperava assistir. Passados os primeiros instantes de um estranhamento que beirou o arrependimento pela escolha da locação, fui percebendo as novas nuances que este interessante documentário começou a desnudar, sem esconder minha admiração pela direção e equipe de produção por conseguir embarcar nos novos rumos que a expedição tomou, e com eles, concluir este projeto. Os olhos que quiserem ver, por certo encontrarão nesta uma hora e meia de exibição + making of, além do espetáculo de fotografia e da emoção que a preparação para viagem causam, muito o que pensar dentro dos seus conceitos de auto-imagem, razões de cada um, frustrações, expectativa e um dilema que para mim é eterno: o que fazer quando, para realizar algo da forma que se idealizava, você precisa de outro (s) e esse (s) pode (m) estar interessado (s) em seguir outros caminhos de outras formas que não comtemplam os seus planos??? "Ir sozinho", poderia ser a resposta pronta. Porém, existem momentos, vontades e viagens cuja alma está toda na parceria. E aí começa o aprender a estar consigo mesmo, muitas vezes no auge da raiva e de uma confusão interna que nos coloca totalmente à prova. Um empurrão para o precipício de querer desistir de absolutamente tudo, feito criança mimada que chora sentido e esperneia até o socorro chegar. Para a vida, é um documentário que vale a pena.
P.S. Falando em documentários, deixo para quem não viu e gosta de brincar de encontrar a alma nas histórias reais e belas, outras dicas: "Língua - Vidas em Português" de Victor Lopez e "Bob Dylan - No Direction Home" de Martin Scorsese. Fizeram muita diferença pra mim.
quarta-feira, novembro 15, 2006
Extremos
Postado por Bianca Helena às 3:13 PM
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3 comentários:
Quero vê-lo também!!!
O que me fez pensar ao ler este texto é que tem coisas que embora pareçam que não deram certo, na verdade deram... a vida é assim... é preciso ser aprendiz!
Bjsss
me parece ser bomesse filme, grato pela dica, tbm agradeço por ter visitado meu blog, qdo ouvi aquela música no conversa afinada me identifiquei muito com ela por isso postei o refrão. gsotaria q vc participasse desse amigo oculto q uma amiga de outro blog está fazendo aqui segue o link para q vc saiba como são as regras de participação. um beijão.
http://corpusetanima.blogspot.com/
Opa! Adoro Scorsese. Ótimas dicas hein? Na realidade não gosto muito de documentários, vejo muito pouco, mas vou anotar estes aí ;) afinal, é a Bia que está falando! hehe. Beijaço.
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