A corda bamba que tinha para descansar, sempre por um triz, sempre por um fio, sempre a um passo da queda ou do salto para o infinito ninava todos os senões e exclamações que se sucediam no dia sim, dia não de cada temporada.
O céu sorria do alto, a terra intermediava o abraço, o inferno fechava os olhos e cerrava os dentes para os dementes bambeares. Os mesmo que acometiam temporada sim, temporada não, e revezavam a sustentação da corda com a firmeza das pontas de pés errantes.
Carregava todas as pedras no seu descanso e depositava sobre a corda pesos desnecessários e plumas soltas do recosto de suas decolagens espaciais.
Para um lado ou outro ia a bamba, e toda tentativa de equilíbrio era recebida com violentas sacolejadas que duravam uma fração de passagem de tempo, mas pareciam durar todo o trajeto.
Talvez a corda estivesse a um palmo do chão. Talvez sombreasse a atmosfera. Porém para prescindir da corda era preciso um pára-quedas, um avião, uma motivação suicida que se bastasse como um fim em si mesma. Nunca lhe seria oferecida sinalização, explicação, proteção. A continuação natural seria que a rede de segurança não lhe surportasse os ossos, como nunca haveria de surportar até então. Esta era a sensação ao menos; um pára-quedas que não abriu, o avião que não encontrou pouso, a motivação que ficou sem combustível. Nada se ganhou, nada se perdeu. Nos passos, a corda oscilava na troca de pés que retesaram a linha sustentada n'algum lugar onde não se conhece o nome, ou o gosto, ou a forma, ou o atalho para chegar. Prevalece o impreciso da passagem estreita o suficiente para ser cruzada um a um. Para ser cruzada por muitos.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Limite Horizontal
Postado por Bianca Helena às 10:02 PM
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2 comentários:
Eu queria uma corda firme pra amarrar um coração. Se ela fosse bamba não amarraria com precisão... rimou, mas não era pra rimar. Eu juro. Beijo.
Corda bamba....como sei o que é isso...heheheeh
Beijão querida...te espero lá no meu blog hein...
bjs
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